quinta-feira, 21 de maio de 2009

A Borboleta

Lembro-me de uma manhã em que eu havia descoberto um casulo na casca de uma árvore, num momento em que a borboleta rompia o invólucro e se preparava para sair. Esperei bastabte tempo, mas estava demorando muito e eu estava com pressa. Irritado, curvei-me e comecei a esquentá-lo com meu hálito. Eu o esquentava, impaciente, e o milagre começo a acontecer diante de mim, a um rítmo mais rápido que o natural. O invólucro se abriu, a borboleta saiu se arrastando, e nunca hei de esquecer o horror que senti então: as suas asas ainda não estavam abertas e com todo o seu corpinho que tremia ela se esforçava para desdobrá-las. Curvado por cima dela, eu a ajudava com meu hálito. Em vão. Era necessário uma paciente maturação e desenrolar era tarde demais. Meu sopro obrigara a borboleta a se mostrar toda amarrotada, ante do tempo. Ela se agitou desesperada, e alguns segundos depois morreu na palma da minha mão. Aquele pequeno cadáver é, eu acho, o peso maior que tenho na consciência, pois entendo bem isso, é um pecado mortal forçar grandes leis. Temos que não nos apresar, não ficar impacientes, segui com confiança o rítmo eterno. ( Nikos Kazantzaki)

Sem preconceitos

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Sou muito tímida, cientista social, professora aposentada,casada, muito sacrificada, humilhada,muito fraca. Gosto de compartilhar tudo que sei, pois foi Deus que me deu, por isso gosto de ajudar.

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