O Mito da Caverna narrado por Platão é talvez, uma das mais profundas metáforas imaginadas pelo filósofo, em qualquer tempo, descreve a situação geral em que encontra a humanidade. para ele todos nós estamos condenados a ver sombras a nossa frente tomá-las como verdadeiras. Essa poderosa crítica à condição dos homens, escrita a quase 2500 anos , inspirou até hoje inúmeras reflexões.
A condição humana
Platão viu a maioria da humanidade condenada a uma infeliz condição ( no livro VII de A República, um diálogo escrito entre 380-379 a.C), todos presos desde a infância no fundo de uma caverna, imobilizados, obrigados pelas correntes que os atavam a olharem sempre à parede em frente. O que viriam então? Suponho que existessem algumas pessoas, um prisioneiro, carregado para lá e para cá, sobre sua cabeça estátuas de homens, animais, vasos, bacias e outros vasilhames, por detrás do muro onde os demais estavam encadeados, havendo ainda escassa iluminação vinda do fundo do subterrâneo, desde que os habitantes daquele triste lugar só poderiam enxergar a garatuja das sombras dos objeto, surgindo e se desfazendo diante deles. Era assim que viviam os homens. Acreditava que as imagens fantasmagóricas que apareciam aos seus olhos ( que chamou de ídolos) eram verdadeiras, tomando o espectro pela realidade. A sua existência era portanto, internamente dominada pela ignorância (agnóia).
Libertação da homem
Se alguém resolvesse liberta um daqueles pobre coitado de sua pesarosa ignorância e o levasse mesmo que arrastado para longe da caverna, o que poderia suceder-lhe?
No primeiro momento, do lado de fora, ele não enxergaria, ofuscado pela extrema luminosidade do exuberante Helio, o Sol, que tudo pode, que tudo provê e vê. Mas depois aclimatado, iria desvendando aos poucos, como se fosse alguém lentamente recuperando a visão, as manchas, as imagens, e finalmente uma infinidade de outros objetos maravilhosos que o cercavam Assim, ainda estupefato se depararia com a existência de um outro mundo, totalmente oposto ao do subterrâneo em que fora criado.
O universo da ciência (gnose) e o do conhecimento (espiteme) por inteiro, se escancarava diante dele, podendo então vislumbar e embevecer-se com o mundo da forma perfeita.